Câncer de pulmão

É um dos tipos mais frequentes de tumor, sendo responsável pelo maior número de mortes relacionadas ao câncer no Brasil e no mundo. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que sejam diagnosticados mais de 27 mil novos casos de câncer de pulmão a cada ano no Brasil, a maioria deles em homens.

 

Diagnóstico

Os sintomas mais comuns são tosse, falta de ar, dor ao respirar e perda de peso. Como esses sintomas são os mesmos das infecções pulmonares e do enfisema, comuns em tabagistas, o diagnóstico costuma ser tardio. Apenas 30% dos pacientes apresentam escarro com sangue (hemoptise). O diagnóstico é mais comum entre 50 e 69 anos, sendo que apenas 2% dos casos ocorrem antes dos 40 anos.

 

Em geral, nódulos e alterações no parênquima do pulmão são detectados por meio de uma tomografia ou de uma radiografia do tórax. Caso haja suspeita de câncer, geralmente é feita uma biópsia do nódulo para confirmar a presença ou não de células cancerosas.

Há dois tipos principais de câncer de pulmão: o de não pequenas células (85% dos casos) e o de pequenas células (15%), que tem crescimento mais rápido e é mais agressivo. Para estabelecer o diagnóstico e definir a estratégia terapêutica, a coleta de tecido é fundamental.

 

Feitas as análises padrão, são realizados testes para detectar possíveis mutações específicas que tenham indicação de terapia-alvo, para orientar a melhor opção de tratamento.

 

Em lesões centrais, a realização de broncoscopia pode permitir a obtenção de tecido para diagnóstico. Nas mais periféricas, solicita-se, em geral, biópsia dirigida por exame de imagem (tomografia computadorizada ou ultrassom).

 

Um exame de ultrassom, realizado por dentro da traqueia e do esôfago, pode ser realizado para se ter uma visualização melhor dos linfonodos que estão entre os dois pulmões na região central do tórax (mediastino), facilitando o diagnóstico e a identificação do estágio em que a doença se encontra (estadiamento).

 

Uma avaliação direta dos linfonodos (mediastinoscopia) pode ainda ser necessária. Uma pequena incisão, feita para introdução de um aparelho, permite a visualização e a coleta do material para diagnóstico.

 

Tratamento

Câncer de pulmão de pequenas células

Nos casos de câncer de células pequenas, quando o tumor é limitado, o tratamento é feito com quimioterapia combinada com radioterapia de tórax. Quando o tumor alcança outros órgãos, emprega-se a quimioterapia para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida.

 

Câncer de pulmão de não pequenas células

Nos casos de não pequenas células, a cirurgia é usada nos tumores iniciais e localizados, buscando eliminar a doença. Havendo restrição à cirurgia, a radioterapia poderá ser empregue, oferecendo bons resultado no controle local da doença. A quimioterapia pode ser aplicada de forma complementar ao tratamento local, reduzindo o risco de recidiva.

 

No caso de doença localmente avançada, o tratamento deve ser definido caso a caso, podendo ser utilizada cirurgia, radioterapia e quimioterapia na tentativa de controlar a doença.

 

Quando há metástase, o tratamento recomendado é a quimioterapia, que pode se associar à terapia-alvo em casos específicos. A quimioterapia para tratamento do câncer de pulmão metastático geralmente combina dois medicamentos. Entre os agentes mais utilizados estão a cisplatina, a carboplatina, o docetaxel e o paclitaxel.

 

A terapia-alvo é indicada de acordo com as particularidades moleculares do tumor. Os novos medicamentos trouxeram muitos benefícios para pacientes que apresentam certas mutações.

 

Fatores de risco e prevenção

O tabagismo é o principal fator de risco para o surgimento do câncer de pulmão: mais de 90% dos pacientes fumam ou fumaram no passado. Quanto mais uma pessoa fuma (número de cigarros por dia e anos de hábito), maior o risco de desenvolver câncer. Por isso, a doença é mais comum após os 50 anos. Assim, para prevenir o câncer de pulmão, a melhor estratégia é não fumar.

 

Os fumantes passivos também apresentam maiores possibilidades de desenvolver esse tipo de câncer, porém o risco é menor que o dos fumantes.

 

Outros fatores que podem se associar no desenvolvimento do câncer de pulmão são: poluição, exposição à radiação e contato com substâncias cancerígenas, como o asbesto, uma fibra composta de silicato de cálcio e de magnésio, usada como isolante térmico, acústico e elétrico.

 

Estudos recentes demonstraram benefício no rastreamento do câncer de pulmão por tomografia computadorizada, com baixa dose de radiação para quem tem alto risco para desenvolver a doença – fumantes de longa data ou trabalhadores expostos à radiação, acima de 55 anos. Nessa situação, o exame deve ser repetido anualmente.

 

Novos medicamentos para câncer de pulmão

Pacientes que apresentam certas mutações contam com um novo – e potente – arsenal terapêutico. Nos casos de mutação do EGFR, inibidores da tirosina quinase (erlotinibe ou gefitinibe) podem ser empregados. Na presença de rearranjos do gene ALK, o crizotinib pode trazer benefícios. Inibidores da angiogênese, como o bevacizumabe, também podem ser úteis no controle da doença.

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